quinta-feira, 6 de dezembro de 2012



“O Natal! A própria palavra enche nossos corações de alegria. Não importa quanto temamos as pressas, as listas de presentes natalícios e as felicitações que nos fiquem por fazer. Quando chega no dia de Natal, vem-nos o mesmo calor que sentíamos quando éramos meninos, o mesmo calor que envolve nosso coração e nosso lar.”

UM FELIZ NATAL PARA TODOS NÓS!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

HUMANISMO

                            Ser Humano
                                  não tem sexo
                                  não tem cor
                                  não tem cheiro
                                  não tem partido

                            Ser Humano
                                  não tem classe social
                                  não tem religião
                                  não tem torcida
                        
                             Ser Humano
                                  É
                                  Unicamente
                                  Um
                                   Ser
                                   Humano

                                (Aldemir Guimarães)

CARNAVAL

         Sou burro
         Sou palhaço
         Corro atrás do inimigo
         Quase morro de cansaço

         O estandarte
                Minha arte
                Bandeira que carrego
                No dia único do ano 
                Em que faço minha parte

          Sou alecrim
          Sou pierrô
          Amante da colombina
          Infiel no amor

          Na avenida sou o tal
          Ninguém melhor do que eu
          Faço a festa da vida
          Não importa quem morreu

                 Hoje os problemas acabam
                      
                 Bebo uma
                 Bebo duas
                 Bebo quantas eu quiser
                 Mas não consigo esquecer
                 O amor dessa mulher

           As horas passam
           Os dias vão
           A vida parece ir
           De encontro ao paredão
           Onde tudo num minuto
           Se apaga na ilusão


                  Quarta-feira chegou

                  O passado voltou

                   Não vejo mais
                   O gorila, vestido ao meu lado
                   A índia, destaque no samba
                       - minha escola perdeu -
                   Volto ao passado...

            Nos dias de carnaval
            Abracei todas as causas
            Fui amigo - rebelde -
                    Do Che Guevara
                    Dancei
                    Pulei
                    Levei tapa na cara 

           Agora  tô de volta
                    Assumo a cidadania
                    Nada aconsigo ver
                    Apenas trabalho sério
                    Pra poder sobreviver...

            Na minha lida diária
            Acumulo todo ano
            Meu instinto animal
            A fim de liberar
            Durante o carnaval...
                           
                 (Aldemir Guimarães)
                        

terça-feira, 6 de novembro de 2012

ENCONTRO COM O POETA MAIOR

         
 Em 2011 comemorou-se o centenário do Poeta Maior, no mês de outubro, quando todo o Brasil reverenciou o "homem de Itabira"( pequena cidade do interior de Minas Gerais) Carlos Drumond de Andrade. Aquele que deixou a cidade natal para viver no Rio de Janeiro e inscrever-se no cenário cultural, integrado à paisagem natural e artificial da metrópole que adotou. A expressão do poeta ganhou o mundo, revelando o potencial intelectual que nosso pais possui e a grandeza de nossos escritores. 
            Numa tarde ensolarada de verão, do dia 9 de fevereiro de 1981, quando caminhava em direção ao Castelo, no centro da cidade do Rio de Janeiro, atravessando a Rua Araújo Porto Alegre, nas proximidades do Ministério da Educação, avistei vindo em minha direção, o Poeta Maior. Atravessava a avenida, estranho, desconhecido, naquele anonimato popular em meio à multidão. Como um grão de areia, o percebi. Passou por mim, na simplicidade de um homem do povo, não percebendo ninguém como ninguém o percebia.
            DOIS MINUTOS
            No passeio público, naquela hora, o Poeta Maior cresceu ainda mais ao transitar livremente, espontaneamente, desapercebidamente como um transeunte comum que nenhum compromisso tem com o que se passa ao seu redor, embora fosse incomum, porque pude percebê-lo apesar da multidão.
            Ao cruzar o caminho do poeta, sem nenhuma pedra, e reconhecê-lo, parei do outro lado para observar onde ele iria parar. Drumond entrou num prédio ao lado do MEC. Voltei. Cheguei na porta do edifício, e vendo que o poeta estava sentado em um banco de madeira no saguão da portaria, totalmente ignorado, me aproximei e perguntei: - O senhor é o CARLOS DRUMOND ? Então, a resposta foi: - Sim. Insisti: - O Sr. CARLOS DRUMOND DE ANDRADE ? E ele respondeu: - Sim, sou eu mesmo. Apresentei-me como um leitor-fã do poeta e pedi um autógrafo, enquanto ninguém percebia que eu conversava brevemente com o Poeta Maior, em plena cidade do Rio de Janeiro, num dia útil, às quinze horas, num verão carioca. Como não dispunha de papel para assinatura,  me dirigi ao porteiro do edifício e solicitei uma folha qualquer de rascunho. Como também não havia papel, ainda no período de recessão, o porteiro ofereceu um envelope de correspondência de um banco, talvez de cobrança, devolvida. Foi o suficiente para registrar um encontro com DRUMOND, que ocorreu naturalmente numa entrevista relâmpago. Apenas dois minutos durou o diálogo, porque o poeta aguardava, descansando, para visitar o prédio do Ministério da Educação, onde foi funcionário, inclusive na Assessoria do Ministro Capanema.
            O curto espaço de tempo com o poeta Drumond marcou o prazer de ver reunidas, a sabedoria e a singeleza no gesto poético de ser no mundo. "A festa acabou / o brinquedo quebrou/ mas você não morre José/ você é duro José..."
            Não poderia deixar de render homenagem aquele que tanto contribuiu para o engrandecimento da nossa cultura, projetando a poesia ao lado dos grandes nomes internacionais. Carlos Drumond de Andrade lembra o estudo literário que retrata o homem em sua amplitude antropológica. Em seu último livro "Boca de Luar", o poeta descreve a vida cotidiana envolvida nos textos criativos. A cultura enlutou-se com a morte de um homem do povo, sem que o povo o percebesse. Mas, em suas obras encontramos os traços de popularidade ocultos pela temática universal do homem do mundo, onde as lições são transmitidas pela razão de ser.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

É PENTA !

Não importa a dor
da fome
do crime nas diversas formas
nada importa.

Não importa
se todos os dias
o jornal jorra sangue
fruto da violência
Se Tim Lopes(jornalista assassinado)
juntou-se a tantos
para mostrar
denunciar
identificar um cemitério
clandestino

Nada importa
É penta!

Não importa
nesta euforia
que a indústria demita
que a escola feche
que o hospital não tenha leito

Nada importa
É penta!

De um trilhão de espermatozóides
nasceu uma seleção
de vinte e três ou dezesseis
- por economia talvez -
Para defender a nação.

De origem mais humilde
os craques da pobreza
eneriqueceram o pais
quando milhões orgulhosos
voltaram a ser feliz.

Na TV a rotina
mudou de forma repentina
fixando na retina
o êxtase sem igual
do retorno de uma pátria
amante do futebol.

Como bravava o povo:

nada importa
enquanto outro tenta
só o Brasil...
É penta!